quinta-feira, 30 de junho de 2016

Shopping Raposo Tavares Inaugura Sala Irene Ravache



Teatro Raposo

Localizada nas dependências do Shopping Raposo Tavares, a Sala Irene Ravache pretende se tornar um grande centro cultural.

Já faz tempo que os espaços dos shoppings passaram a ser mais do que os tradicionais templos de consumo para se tornar também centros irradiadores e difusores de cultura, criando em suas dependências espaços voltados a um público mais exigente. Dando continuidade à tendência de salas de espetáculos nos grandes centros comerciais, São Paulo acaba de ganhar seu mais novo teatro: a Sala Irene Ravache, do Shopping Raposo Tavares.

Inaugurado no último dia 7 de junho, contando com a presença da atriz homenageada, Irene Ravache, o teatro possui 252 lugares em um espaço de 600 metros quadrados. Seu palco, em formato triangular, possui boca de cena de 12 metros e profundidade que chega aos 10 metros, o que o diferencia da maioria, permitindo boa visibilidade de todos os lugares da platéia.
Gerido por Gabriel Veiga Catellani, um dos sócios da RecriArte – uma das mais antigas e tradicionais escolas de arte de São Paulo –, e diretor artístico e cultural da Wega Estilo em Produção; em parceria com o ator Wendel Pinheiro, também administrador e produtor cultural da Wega, a Sala Irene Ravache pretende ser mais que um teatro. A proposta é que o empreendimento venha a se tornar um grande centro cultural. Além da programação variada de peças, serão oferecidos cursos ligados às artes cênicas e demais segmentos.

A programação de abertura conta com os espetáculos Francisco de Todos Nós, Noites Celtas – A Lenda de Deirdre, Pay Per Riu, Casal TPM, #FamíliaÉTudoIgual e Se Essa Rua Fosse Minha.

Serviço:
Teatro Raposo Shopping - Sala Irene Ravache
Rod. Raposo Tavares, km 14,5
Jardim Boa Vista - São Paulo – SP
Tel. (11) 2122-7112


Grupo Tapa encena Tennessee Williams e ganha livro sobre ocupação no Arena



Grupo Tapa encena Tennessee Williams e ganha livro sobre ocupação no Arena

Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil com “Gata em telhado de zinco quente”, o Grupo Tapa também é tema de “O Tapa no Arena: Repertório em Imagens”.
Por César Alves


Concebido por Eduardo Tolentino, o Teatro Amador Produções Artísticas ou Grupo Tapa, como o conhecemos, é fruto da efervescência cultural de fins dos anos 1970. Fundada no Rio de Janeiro em 1979, a companhia surge na esteira do fazer teatral amador – mas não amadorístico – que impulsionou o cenário das artes cênicas do período, com forte influência do Modernismo.
Fruto da mesma proposta, em 2013, o Teatro de Arena de São Paulo foi ocupado pelo Grupo Tapa, como vencedor do Edital de Ocupação do Teatro de Arena Eugênio Kusnet. Foi quando a companhia deu início a uma programação intitulada Tapa no Arena – Uma ponte na história, trazendo para o tradicional palco do Teatro de Arena, peças que fazem parte de seu repertório como A Mandrágora, de Nicolau Maquiavél; Credores, de August Strindberg; De um ou de nenhum, de Luigi Pirandello; Berro, o longo adeus e alguns blues, de Tennesse Williams, entre outras.
Fotógrafo de renome, nas mais diversas áreas – tais como publicidade, gastronomia, arquitetura e natureza, entre outras –, mas também dedicado pesquisador de teatro e mestre em artes cênicas, Claudinei Nakasone assumiu tomou para si a responsabilidade de registrar a temporada e o resultado é o livro O Tapa no Arena: repertório em imagens, que chegas às livrarias através das Edições Sesc.

Gata em Telhado de Zinco Quente
Em cartaz em São Paulo, com a montagem de Gata em Telhado de Zinco Quente, que fica em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil até 26 de junho, o grupo Tapa retorna ao universo de Tennesse Williams na montagem de um de seus textos mais conhecidos e celebrados.
A trama gira em torno dos dramas da família Pollit, reunida para comemorar os 65 anos de seu patriarca. Conflitos de interesses e dramas pessoais são aqui expostos, dissecando as profundezas das relações familiares.
Dirigido por Eduardo Tolentino Araújo, o elenco traz Bárbara Paz, Augusto Zacchi, André Garolli, Noemi Marinho, Fernanda Viacava e Zécarlos Machado, além de figurinos de Glória Kalil.

Serviço:
Livro: O Tapa no Arena: repertório em imagens
Edições Sesc
Organizador: Claudinei Nakasone
200 páginas

Peça: Gata em telhado de Zinco Quente
De quarta a sábado, às 20h; domingos, às 19h
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo

Rua Álvares Penteado, 112 - Centro
CEP: 01012-000 | São Paulo (SP)
(11) 3113-3651




quarta-feira, 29 de junho de 2016

Kazuo e Yoshito Ohno - Edições Sesc



O esforço de apanhar um peixe em águas turvas


Fotógrafo Emídio Luisi captura a arte de Kazuo e Yoshito Ohno, no belo livro Kazuo e Yoshito Ohno.
Por César Alves


Talvez o Butô esteja para as artes cênicas como a abstração para as plásticas. Impossível compreendê-lo através de olhares simplistas e convencionais.
Nascido no Japão em meados da década de 1950, o Butô privilegia o corpo como meio de expressão, numa forma de arte que incorpora elementos do teatro, sem o uso das palavras, e da dança que privilegia o silêncio. Se o Butô, como filosofia dos movimentos, tem no coreógrafo Tatsumi Hijikata seu idealizador, é em Kazuo Ohno que encontra seu principal divulgador e responsável por sua difusão ao redor do globo.
Intimo do público brasileiro desde sua visita ao país em 1986, quando contava 80 anos de idade e fazia sua primeira temporada por aqui, a convite do Sesc São Paulo, num encontro com representantes de nossa classe artística, Ohno teria definido a complexidade do Butô como “um peixe em água turva. Para enxergá-lo é preciso muito esforço”.

Movido por seu profundo amor pelo teatro e a dança – em que se especializou a registrar desde meados dos anos 1970 –, o fotógrafo Emídio Luisi não se deteve diante do desafio e, a partir daquela temporada e de outras que a seguiram, não poupou esforços para registrar os movimento de Kazuo e seu filho Yoshito Ohno, durante suas performances brasileiras. O resultado ganhou corpo e agora volume com o lançamento de Kazuo e Yoshito Ohno, livro publicado pelas Edições Sesc, reunindo suas fotografias.

Promovendo um diálogo entre o butô e a fotografia, Luisi conseguiu traduzir com maestria o sublime e o universal dos movimentos de Kazuo e Yoshito Ohno, revelando uma cumplicidade poética entre as duas artes, o Butô e a fotografia. O resultado é belo e impressionante.


Serviço:
Título: Kazuo e Yoshito Ohno
Autor: Emídio Luisi
Edições Sesc
284 páginas