segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Ziembinski, Aquele Bárbaro Sotaque Polonês



Ziembinski, Aquele Bárbaro Sotaque Polonês

Livro da pesquisadora polonesa, Aleksandra Pluta, conta a trajetória de um dos mais importantes encenadores do teatro moderno brasileiro.
Por César Alves


No limiar da década de 1940, circulava entre o meio teatral brasileiro notícias sobre “a chegada de um polonês fabuloso, que tinha todo um espetáculo dentro da cabeça antes que se fizesse o menor ensaio ou se batesse o primeiro prego do cenário”.
O mundo amargava os tormentos da segunda guerra mundial e, em meio às notícias trágicas e alarmantes que só um conflito de tais proporções pode gerar pelo menos aquela era uma boa notícia. O polonês era Zbigniew Ziembinski (1908-1978) e o espetáculo – que ensaiava e estrearia em 1943, tornando-se um marco na história do teatro moderno brasileiro – era Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues.
Publicado primeiro na Polônia em 2015, chega agora às livrarias brasileiras, Ziembinski, Aquele Bárbaro Sotaque Polonês, biografia assinada por Aleksandra Pluta e editada pela Perspectiva, com tradução de Luiz Henrique Budant.
Falar sobre a importância de Ziembinski para o teatro brasileiro e, principalmente, sobre o impacto que teve sua colaboração com a companhia Os Comediantes e Nelson Rodrigues na concepção de nossa modernidade cênica já foi feito tantas vezes que é quase impossível fugir do lugar comum. Ziembinski também construiu uma trajetória muito relevante nas telas, como ator de filmes e novelas – sucessos de audiência, como O Rebu (1975) da Rede Globo –, e, antes de chegar ao Brasil, possuía uma sólida carreira nos palcos de seu país de origem. É justamente ai que o livro de Pluta se destaca.
Ator e diretor, formado na Faculdade de Letras da Universidade Jagielonska e na Escola de Arte Dramática do Teatro Municipal de Cracóvia, Zigbniew Ziembinski atuou – como encenador e ator – em mais de 60 espetáculos das maiores companhias e com alguns dos maiores nomes do teatro polonês, além de ter sido professor no lendário Instituto de Arte Teatral de Varsóvia. Metade do livro é dedicada à importância do encenador para também para o teatro e a cultura de seu país de origem.
Aqui ficamos sabendo que Ziembinski chegou a dirigir um filme e a atuar em diversos outros produzidos na Polônia. Além de sua célebre atuação – muito elogiada pela imprensa na época – na montagem de Verão em Nohant, de Jaroslaw Koczanowicz, interpretando o pianista Frédéric Chopin, o livro também revela que “Zimba”, como era carinhosamente chamado pelos amigos da classe teatral brasileira, chegou a conhecer pessoalmente o diretor russo e influência para o teatro mundial do século vinte, Meyerhold (1874-1940) e descreve os bastidores da estréia mundial de Genebra, peça de Bernard Shaw que zombava dos ditadores fascistas, Hitler, Mussolini e Franco. Verdadeiro ato de coragem, tendo em vista que o espetáculo, que estreou em 1938, permaneceu em cartaz cerca de quatro dias depois de a Polônia ser ocupada, no ano seguinte, numa resistência que poderia custar – e, em alguns casos, custou – a vida dos envolvidos.
Sobre a autora
Mestre em Jornalismo pela Università La Sapienza em Roma, com pós-graduação em Protocolo Diplomático pela Pontificia Universidad Católica de Chile, Eleksandra Pluta também é autora de Na onda da história. Imigração polonesa no Chile (2009), Raul Nałęcz – Małachowski Memórias de dois continentes (2012) e Andrés, uma vida em mais de 3000 filmes (2013).

Serviço:
Ziembinski, Aquele Bárbaro Sotaque Polonês
Autor: Aleksandra Pluta
Tradução: Luiz Henrique Budant
Editora Perspectiva

320 páginas

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Especial - Entrevista Sônia Machado de Azevedo



Teatro de transformação

Em seu livro “Campo feito de sonhos”, Sônia Machado de Azevedo usa experiência junto aos Núcleos de Artes Cênicas do Sesi para falar do poder transformador do teatro.
Por César Alves

Ao longo de quase duas décadas, Sônia Machado de Azevedo dirigiu e participou ativamente dos Núcleos de Artes Cênicas do Sesi. Sua experiência foi a base para desenvolver seu livro Campo feito de sonhos: Os teatros do Sesi, obra que chega às livrarias sob o selo da coleção Estudos da Editora Perspectiva. Composto de histórias de vidas transformadas pelo poder da arte e um amplo programa de serviço social, a obra é testemunho apaixonado do poder de iniciativas sérias em arte-educação para a inclusão social e cidadania.
Autora de O papel do corpo no corpo do ator e de Odete inventa o mar, ambos publicados pela editora Perspectiva, a atriz, dançarina, diretora, dramaturga, professora de teatro falou com a revista Cenário sobre o novo livro e a importância da prática teatral como instrumento transformador de vidas.


“Campo feito de sonhos” é o resultado de um longo trabalho junto aos Núcleos de Artes Cênicas do Sesi. A obra nasce como tese. Quando e como surgiu a ideia de transformá-lo em livro?

Sônia Machado de Azevedo: A tese – defendida na USP em 2005 – foi o modo que encontrei de defender e registrar um dos trabalhos de teatro ligados à cidadania mais plenos que eu já tive a oportunidade de presenciar e fazer parte. A sugestão para esse estudo partiu do prof. Jacó Guinsburg, mestre e amigo desde os tempos em que fiz teatro na USP na década de setenta. Transformá-la em livro foi uma consequência natural para conseguir que uma história de tamanha importância pudesse sair das estantes da academia e ser lida por mais gente. O livro é fruto, por diversos motivos, de uma longa espera de onze anos e pensando agora acaba nascendo num momento bastante especial.

Qual a importância de projetos como os Núcleos de Artes Cênicas do Sesi e, do seu ponto de vista, por quê não vemos mais ações parecidas acontecendo da parte dos governos e entidades empresariais?

Sônia Machado de Azevedo: Essa é uma pergunta sobre a qual eu poderia falar durante horas a fio como sabem todos os que me conhecem. Um projeto modelar como o dos núcleos tem baixo custo e incomensurável benefício pois exige apenas uma pessoa de teatro acolhedora o suficiente para navegar nos sonhos dos que chegam e um espaço para abrigar essas histórias que nascem em forma de cena buscando encontros com suas platéias, contato humano, visibilidade e reflexão.
Um serviço como esse pode ser oferecido gratuitamente realizando a verdadeira inclusão de todos os que desejem participar dele. Por que então não se expande por todo o pais das mais diferentes formas?Quando defendi a tese acreditei que até mesmo dentro do SESI tal trabalho pudesse se espalhar pelo Brasil afora através da enorme rede que essa entidade possui em todo território nacional. Isso não aconteceu e meu doutorado não teve na época nenhuma repercussão na entidade. A expansão desse serviço gratuito era meu sonho e o sonho de toda a minha equipe. Brincávamos que cada um de nós podia começar a escolher o estado e cidade em que gostaria de morar para instalar o serviço que cresceria sem parar....Fomos muito ingênuos.... Acho que o sonho de ver toda e qualquer pessoa fazendo teatro sempre permanecerá como um desejo para nós que vivemos nossa vida nesse lugar poético e conhecemos na carne sua importância.

A senhora ainda participa do projeto? Como andam os Núcleos de Artes Cênicas do Sesi hoje?

Sônia Machado de Azevedo: Desde o final do ano de 2008 não estou mais no SESI e, apesar de manter contato com muitas pessoas da minha antiga equipe não saberia dizer o quanto permanece, se permanece e o quanto se modificou desde minha saida repentina. Sei apenas que muita coisa mudou, não sei em que direção...

No livro, a senhora cita diversos exemplos e casos de projetos e indivíduos cujas vidas foram transformadas pela experiência. Gostaria que citasse, dentre os episódios que presenciou, aqueles que foram os mais marcantes para a senhora.

Sônia Machado de Azevedo: Vidas transformadas pela experiência. Todas as nossas vidas foram e continuam sendo transformadas rumo ao infinito de cada um de nós: os alunos, o nosso público, os nossos homens e mulheres de teatro trabalhando dia e noite com uma paixão sem limites. E eles continuam, espalhados por ai com um brilho ardente nos olhos porque isso é a vida prá todos nós e para todos os que se aproximavam dos Núcleos: uma convivência olho no olho, na escuta do outro e de sua vida, numa conversa inacabável que continua quando nos encontramos passados tantos e tantos anos...no meio do livro escrevi algumas histórias que marcaram essas trajetórias cercadas de amor, susto e afeto. O avô que levava o neto para as aulas e de repente se perguntou se não poderia ele também, já idoso fazer teatro. E passou a fazer. O menino que vinha de longe a cavalo para assistir as aulas, depois de trabalhar o dia todo carpindo no sitio e na volta para casa conversava com as estrelas. A enfermeira que saia do hospital e ia para as aulas e se sentia cada vez mais viva. O estivador que saia das aulas e ia para o trabalho madrugada adentro feliz por respirar, apenas respirar o ar da noite após a aula. O menino que nunca havia entrado num teatro e de repente descobre a vida dos bonecos pequeninos que conversam com ele nos finais de tarde antes da noite chegar. A experiência com o outro no teatro expande os horizontes das nossas vidas pelo convívio com tantas diferenças e por nossa aceitação do fato de que somos todos apenas pessoas, únicas e imensamente belas simplesmente por essa unicidade incontestável. Essa, eu penso, foi a descoberta de todos nós e que nos acompanhará para sempre, como um presente imaterial.
Certa vez os adolescentes de uma comunidade próxima a um dos nossos teatros xerocaram ingressos que eram distribuídos gratuitamente para assistir um espetáculo, o que causou inevitável superlotação e atropelo. O que fazer? Como lidar com essa paixão? Claramente havia nesse ato um enorme desejo, uma grande necessidade de viver aquela experiência. De outra vez nesse mesmo lugar jovens tentaram invadir o teatro pulando pelos muros do SESI porque os ingressos haviam acabado e o teatro estava lotado. O que significa isso? E me lembro de um meu entrevistado que hoje é iluminador num desses teatros dizendo que todos os seus amigos de infância estavam mortos. Muitas vezes eu penso com certeza que o teatro salva as pessoas de várias maneiras, mas literalmente também. E pensava, sigo ainda pensando o que é que fazemos com os nossos jovens? Sufocamos seus desejos, assassinamos os seus melhores sonhos e apequenamos suas almas, sua vontade de um mundo melhor, de um novo mundo possível com menos desigualdade, com mais prazer e alegria. É isso? Cruel demais. E penso naqueles adolescentes cheios de vida, a maioria deles com seu dia a dia muito difícil que lutavam por um ingresso nas filas que se formavam nas tardes e noites de teatro. Penso em suas vidas, nas vidas dentro dos teatros e se ainda estão vivos. A experiência desses encontros ampliou e muito o sentido das nossas vidas com um poder, sem exagero eu diria, avassalador. Acho que cada história, de cada um de nós, de todos que passaram por nós, em sua incrível diversidade. e que se tornaram teatro falam de dor e amor do modo mais potente; e também de gentileza entre humanos, coisas tão em falta na sociedade atual tão cheia de julgamento, repressão e ódio.

Seu livro é testemunho incontestável da importância da educação de arte e do teatro como instrumentos formadores e transformadores sociais, principalmente, no que diz respeito a cidadania e bons cidadãos. Vivemos dias estranhos em que grupos e indivíduos costumam se levantar contra projetos sociais e reduzir a relevância do ensino de artes nas escolas e junto às camadas mais pobres da população. O que tem a dizer em resposta a tais argumentos, baseando-se na sua própria experiência?

Sônia Machado de Azevedo: Vivemos sim dias muito estranhos. E eu me pergunto quando tudo isso começou ou onde se ocultava desde os tempos terríveis da ditadura que vivi e que agora se manifesta na prática: essa total e catastrófica inversão de valores que está destruindo os sonhos das pessoas e transformando suas vidas num inferno sem saída, num dia a dia mecânico desprovido de real valor, numa competição sem fim, numa ambição e agressividade desmedidas.  Para que ou por que se nasce afinal? Por que somos seres tão lindos, dotados de sentidos e percepção quase mágicos que nos situam num mundo cheio de possibilidades e modos diferentes de passarmos nossos dias, nossos anos, nossas curtas vidas nessa terra? Como sermos felizes, simplesmente sem ferir nossos semelhantes, sem impedi-los de ter uma vida plena e talvez até mesmo bela? Não somos máquinas de produzir bens de consumo, não somos consumidores de coisas das quais, de verdade não precisamos, não vivemos para trabalhar e sim trabalhamos para viver. Evidente que todos que vivemos nossa vida nesse território demarcado pelos fazeres artísticos estamos nos perguntando no Brasil de agora: o que está acontecendo? Pois se as artes e a vivência artística, como fazedores e como público, nos dimensionam como pessoas e cidadãos mais completos em si mesmos, se as experiências imateriais são, comprovadamente, fundamentais para a sociedade  então o que? Por que? O que é que de fato mora na insistência de nos pensarem robôs a quem se deve apenas ensinar a apertar botões e calar a boca? Acho tudo isso terrível e as respostas que tenho no momento não caberiam aqui. Passeio entre a esperança na continuidade do meu/nosso trabalho de educação informal, nesse trabalho que é meu desde que me compreendo por gente ( e que salvou a minha vida) e em sua importância e o total desencanto com aqueles que detém o poder de interferir num território tão importante como esse, o da educação através da arte. Estou tomada por uma indignação sem tamanho. E como sempre os que sofrerão com tudo isso são exatamente os que mais precisariam desse olhar humano que só as artes da presença parecem trazer, os mais pobres, os que não tem nenhuma saída na realidade cada vez mais estreita de suas vidas. Há um depoimento lindíssimo que colhi e que começava assim:." de onde eu vim ou se era bandido, ou se era polícia; eu fui o único que me salvei....todos os meus amigos de infância estão mortos."

Mais que um estudo sociológico ou trabalho de campo, o livro é um testemunho da importância e do papel transformador do teatro e das artes na sociedade. Afinal, você participou ativamente do projeto, sendo também protagonista da história. É o tipo de experiência que, imagino, acaba tendo impacto sobre quem participa. É possível descrever a importância de seu trabalho junto aos Núcleos em sua carreira e até se, de alguma forma, a experiência, o convívio e o retorno disso tudo tiveram influência sobre você, como mestre e educadora?

Sônica Machado de Azevedo: Posso dizer que a experiência com os Núcleos de Artes Cênicas do SESI e meu trabalho em seus teatros iluminou um lado desconhecido da minha alma ao me apresentar a verdadeira cidade e estado em que nasci com suas periferias e favelas, com suas cidades do interior; um mundo de verdade não aquele romantizado nas telas da televisão, um mundo diverso e denso em cores, credos e maneiras de viver que eu desconhecia. Sinto-me como alguém que teve a sorte de herdar, nessa viagem intensa que durou dezessete anos, invisíveis tesouros que, por mais que eu divida continuam a crescer dentro de mim; tornei-me mais corajosa, mais simples no modo de viver nesse mundo louco, mais humilde porque a vida é frágil e perigosa e porque ser gente é lindo só quando se respeita e se é respeitado e quando se conhece a liberdade. Conheci a verdadeira compaixão porque olhar a realidade com os olhos de outra pessoa tentando assim conhecer novos pontos de vista é um duro e denso aprendizado que não cessa nunca. No Brasil de hoje às vezes penso que aqueles que querem tirar a arte do ensino gratuito ignoram esse universo de que trato, porém, na maioria do tempo, penso exatamente o contrario: eles sabem que a prática da liberdade advinda da criação e da vivência artística conduz ao caminho sem volta da consciência de si, de uma melhor auto-estima e da consciência crítica e consequente tomada de posição frente à realidade. E isso não interessa. Interessa que as coisas permaneçam como estão, melhor ainda que regridam aos tempos em que cada um sabe o seu lugar e permanece em sua "casta". A artista que mora em mim nunca se separou da professora de artes; conheço uma vida interior rica, alargada, preenchida de muitos rostos, vozes e infindáveis histórias que fazem parte da minha trajetória, isso me torna uma pessoa mais atenta na escuta de meus alunos e no cuidado com suas experiências. Sou a cada dia maior por dentro (esse é o melhor modo que encontro de explicar) mais forte e cuidadosa porque conheço e reconheço a dor e a miséria invisíveis à maioria das pessoas e ao mesmo tempo a infinita força de luta do ser humano na busca por vidas que tenham sentido em si mesmas, no contato com esse mundo amplo e imaterial. Agradeço a oportunidade dessa entrevista e espero que Campo feito de sonhos possa ajudar a pensar a importância das artes cênicas na vida dos cidadãos e das cidades desse nosso imenso país. Esse livro é minha declaração de amor, uma profunda e definitiva declaração de amor ao teatro e sua força, e a todas as pessoas que me ajudaram a construir um trabalho que continua a se expandir nos nossos filhos, nos filhos dos nossos filhos rumo a um futuro melhor. Preciso – mais que nunca – acreditar que sim.

Serviço:
Campo feito de sonhos: Os teatros do Sesi
Autor: Sônia Machado de Azevedo
Editora Perspectiva

354 páginas

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Caixa reúne inéditos de Rubem Braga


Caixa reúne inéditos de Rubem Braga
Por César Alves

De maior cronista brasileiro ao grande correspondente de guerra, Rubem Braga há tantos que talvez não caibam em um único pacote. Somando-se aos diversos que conhecemos, sai pela editora Autêntica Rubem Braga – Crônica, caixa contendo outras facetas do autor menos conhecidas.
Mais do que bem vinda, a compilação reúne três livros, com cerca de uma centena de crônicas cada, escolhidas por André Seffrin, Bernardo Buarque de Hollanda e Carlos Didier. Cada pesquisador teve a missão de garimpar – dentro da extensa obra do escritor de Cachoeiro do Itapemirim que, ao falecer, em 1990, contava a assustadora marca de mais de 15 mil textos publicados – crônicas, até agora inéditas em livro, nos temas música, artes plásticas e política.
Os livros levam os títulos de Os moços cantam & outras crônicas sobre música, organizado por Carlos Didier; Os segredos todos de Djanira & outras crônicas sobre arte e artistas, de André Seffrin; e Bilhete a um candidato & outras crônicas sobre política brasileira, de Bernardo Buarque de Hollanda.
Nas páginas de cada uma das obras, descobrimos o Rubem Braga que usou o termo bossa nova, antes mesmo de o gênero receber este rótulo, conviveu com sambistas históricos e antecipou o talento de jovens promissores como Nara Leão, Chico Buarque e Rita Lee; outro que, embora recusasse ser chamado crítico, versou com inteligência e criatividade sobre arte, artistas e movimentos de sua época; e um que acompanhou e analisou os acontecimentos políticos de seu país, partindo de Getúlio Vargas a Fernando Collor, passando pelos presidentes militares e os tortuosos anos da ditadura.
Além de posfácios, escritos pelos organizadores, cada livro traz apresentação escrita por um grande expoente dentro do tema proposto: Aldir Blanc (música), Miguel Sanches Neto (artes plásticas) e Milton Hatoum (política).
Sem dúvida, um dos lançamentos mais importantes do ano.

Serviço:
Rubem Braga – Crônicas (caixa com três livros)
Autor: Rubem Braga
Organizadores: André Seffrin, Bernardo Buarque de Hollanda, Carlos Didier

Editora: Autêntica