A Religião e a Guerra
Em Campos de Sangue, a
ex-freira e especialista em civilizações e religiões antigas, Karen Armstrong
traça um histórico da fé e da violência durante o processo civilizatório.
Por César Alves
Um grupo, supostamente inspirado pelas palavras
de um livro sagrado, promove um atentado que deixa milhares de mortos em solo
estrangeiro, habitado por aqueles que ele denomina “infiéis” e contra quem
decretou uma jihad. Em resposta o
líder da nação atacada, inspirado por outro livro sagrado, convoca os seus para
uma investida de vingança que ele denomina cruzada.
O enredo vem se repetindo num looping através da história das
civilizações e o atual cenário geopolítico mostra que tão logo não verá um fim,
o que faz com que muitos vejam nas religiões o bode expiatório ou principal
causa da violência através dos tempos. Mas até que ponto é correto culpar a
religião pelas guerras e genocídios que temos assistido através da história?
Tentando responder ou esclarecer questões
relacionadas a esta pergunta, Karen Armstrong debruçou-se sobre o tema e
embarcou numa pesquisa aprofundada que deu origem ao livro Campos de Sangue, publicado recentemente no Brasil em tradução da
Cia das Letras.
O resultado é um estudo esclarecedor, despido
dos tradicionais preconceitos que costumam obscurecer o debate, que investiga as
grandes tradições religiosas – da Mesopotâmia às civilizações modernas – em
busca de respostas, e nos conduz a uma viagem pela história das maiores
religiões do mundo.
Serviço:
Campos de Sangue
Autor: Karen Armstrong
Tradução: Rogério W.
Galindo
Editora: Cia das
Letras
560 páginas
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